30 de julho de 2013

Cenas que você não viu em The Walking Dead


The Walking Dead é uma das séries de maior sucesso na atualidade e certamente todo mundo já assistiu pelo menos um episódio. O cerne da história é a de um grupo tentando sobreviver em meio a um apocalipse zumbi. Liderados pelo policial Rick, o grupo, no decorrer da história, vê que os zumbis são apenas parte dos problemas ao qual eles terão que enfrentar.


Rick Grimes, interpretado pelo ator inglês Andrew Lincoln.


Mas o que muita gente não sabe é que o seriado foi inspirado nos quadrinhos de mesmo nome, de Robert Kirkman e Tony Moore. Sendo publicado desde 2003, as HQs de The Walking Dead são um fenômeno tal como o próprio seriado. Lançado mensalmente, atualmente o gibi já está na edição 112. Vejam só, já são 10 anos de publicação, só pra vocês terem uma dimensão do sucesso.

Mas algumas coisas que aconteceram nas HQs não foram (pelo menos ainda) retratadas no seriado. Neste post irei focar nas cenas mais violentas (marca registrada de TWD) que aconteceram na HQ e não foram mostradas na série de televisão.

As cenas não estão em ordem hierárquica de violência, mas sim na ordem em que aconteceram tais eventos. Vamos a elas:



Suicídio duplo
Edição 14: Rick e seu grupo encontraram refúgio dos zumbis atrás das grades, assim como acontece também no seriado. Nas HQs, o braço direito de Rick é Tyreese, que tem uma filha, chamada Julie. Ela e seu namorado, Chris, abalados pela nova realidade que os cercam, convencem um ao outro de cometerem suicídio, a fim de juntos deixarem esse novo mundo infernal. Mas no fim, Chris titubeou e apenas Julie morre.




Filhas de Hershel decapitadas
Edição 15: Ainda tendo a prisão como lar, Hershel e sua família, que concordaram em deixar sua fazenda para seguir Rick, foram duramente castigados quando as filhas mais novas de Hershel, Rachel e Susie, foram brutalmente assassinadas. As duas caçulas foram degoladas e, pra deixar a cena mais bizarra, suas cabeças zumbis logo se manifestam, obrigando uma dura atitude dos membros do grupo.




Michonne sendo torturada
Edição 28: Dessa vez, Rick, Glenn e Michonne vão até Woodbury e lá conhecem O Governador. Michonne, assim como no seriado, desconfia da filosofia imposta pelo Governador. Isso acaba fazendo com que ele tenha mais "atenção" para com ela. Posteriormente fazendo-a de prisioneira, o Governador a tortura das piores maneiras possíveis, tanto psicologicamente como sexualmente.




A revanche de Michonne
Edição 33: Não demorou muito para que Michonne tivesse sua vingança. Ela acaba conseguindo escapar do seu cativeiro e faz questão de ir atrás do Governador. Quando ela o encontra, ela o tortura de infindáveis maneiras. Pra começar, ela só arranca o braço dele. Bem simples.






O abraço mortal
Edição 41: A protagonista da cena desta vez é Carol. Nas HQs, Carol teve um breve relacionamento com Tyreese (que a traiu com Michonne). Tal acontecimento acaba deixando-a depressiva, ainda mais quando ouve uma recusa de Lori, sobre uma proposta pra lá de estranha que ela mesmo propõe. No fim, se sentindo sozinha, Carol se atira pra cima de um zumbi permitindo que ele a devore. Um suicídio impactante, ainda mais pelo fato de Carol ter uma filha pequena.



R.I.P. Tyreese
Edição 46: O Governador descobre sobre a prisão a qual Rick se refugia e, a fim de tomá-la, parte para o ataque. Sua carta na manga se deve ao fato de ter Tyreese, amigo de Rick, como refém. Vendo que Rick não iria ceder a prisão, o Governador começa a desferir vários golpes de espada na nuca de Tyresse, decapitando-o, para impressionar ao grupo de Rick.




A pior perda de Rick
Edição 48: O grupo do Governador consegue invadir a prisão, causando uma verdadeira guerra contra Rick e seu grupo. Nitidamente em menor número, Rick se vê obrigado a fugir junto com seu pessoal. O que ele não esperava era que um dos membros do grupo inimigo conseguisse acertar um tiro certeiro em Lori, sua mulher, e em sua filha recém-nascida.




O surgimento de um pequeno psicopata
Edição  61: Já sem um lar, o grupo de Rick agora se torna nômade. Numa parada para descansar, um dos gêmeos filho de Allen acaba assassinando o próprio irmão. Ele praticamente estripa seu próprio irmão. Nitidamente confuso com a gravidade do que tinha acabado de fazer, o garoto homicida alega aos outros que seu irmão logo voltaria a vida, assim como fazem os zumbis.




Chacina dos Caçadores
Edição 66: O grupo de Rick é surpreendido por um bando de caçadores canibais. A primeira vítima do grupo é Dale, que tem sua perna amputada e devorada pelo novo e estranho grupo. Rick e o restante planejam então dar um fim ao grupo inimigo e, já demonstrando total frieza de sentimentos, eles os encontram e assassinam a todos de forma brutal, sem nenhuma compaixão. Pra finalizar, os canibais são lançados a uma fogueira, tendo assim o seu fim decretado por Rick e seu grupo.



Difícil escolha de Rick
Edição 83: Rick e seu grupo finalmente encontram abrigo em Alexandria, uma comunidade totalmente civilizada que contrariava a dura realidade apocalíptica. Mas no fim, a paz que perdurava é brutalmente interrompida quando os zumbis conseguem transpor-se as barreiras defensivas da comunidade. Rick, que tinha começado um romance com Jessie, habitante do lugar, se viu forçado a abandoná-la aos zumbis em uma fuga, quando Jessie desesperadamente segura Carl, filho de Rick, pelo braço. A solução: desmembrá-la.



Adeus olho
Edição 83: Ainda em fuga dos zumbis que invadiram Alexandria, Rick e Carl se veem cercados pelos mesmos. Não muito longe dali, o decadente ex-líder da comunidade, Douglas, de forma impensada, começa a disparar seu revólver a esmo. Um dos tiros acaba acertando Carl bem no rosto.






A execução de Glenn
Edição 100: Após ao ataque zumbi, Rick consegue reerguer Alexandria e fica sendo o líder da comunidade. Porém, Rick acaba sendo surpreendido quando um novo grupo aparece. O novo grupo, liderado pelo impiedoso Negan, é bastante numeroso e acabam obrigando ao povo de Alexandria para que trabalhem para eles. Para demonstrar seu nível de poder, Negan, com seu bastão chamado Lucille, escolhe um membro de Alexandria aleatoriamente e o assassina na frente de todos os outros. O escolhido é Glenn.



O traidor estripado
Edição 111: Aqui vemos mais uma demonstração da crueldade de Negan. Dessa vez a vítima é Spencer (filho de Douglas), que ao demonstrar total insatisfação com a liderança de Rick, propõe a Negan um boicote ao seu líder, para que assim ele mesmo possa ser o novo líder. Negan, totalmente contrariado nega a proposta de Spencer. A melhor maneira de dizer não, para Negan, foi simplesmente estripar Spencer em plena rua. Bastante convincente pra mim.



São muitos momentos polêmicos no decorrer da história, esses foram apenas alguns ao qual eu lembrei. Se você ainda não viu o seriado, não perca tempo e veja logo. Se você ainda não leu as HQs, saiba que a leitura é bastante válida. Espero que tenham gostado.


6 de julho de 2013

Top 20 Álbuns dos anos 90 - Parte 2 (10º ao 1º)

Prosseguindo com a lista dos melhores álbuns dos anos 90, entramos no Top 10 da lista. Se entre o 20º e o 11º houve um predomínio do Rap, com 6 álbuns, agora vemos uma maior diversidade de gêneros: o Grunge marca presença em peso, o Rap ainda perdura e o Hard Rock e o Progressivo se apresentam. Confiram...

*Relembre a 1ª parte: 20º ao 11º


10º - Californication - Red Hot Chili Peppers (1999)


Após a saída do guitarrista Dave Navarro da banda, o RHCP ficou seriamente fadado a uma crise interna. Até que numa decisão triunfal os membros do grupo decidem resgatar aquele que deveria ser o guitarrista eterno do RHCP, John Frusciante, que já tinha sido integrante da banda e teve sua saída da mesma causada pelo uso excessivo de drogas. Mas agora John estava limpo. E junto com ele, o RHCP renasceu. Californication, 7º álbum da banda, abordou diversos temas como drogas, morte e a globalização. As músicas continuaram libidinosas e divertidas, mas agora tinham uma pegada mais espiritual. É a mistura perfeita do Funk com a psicodelia.

Faixas de destaque: Californication / Scar Tissue


9º - In Utero - Nirvana (1993)


In Utero foi o último álbum do Nirvana. Com um som propositalmente diferente do Nevermind, o Nirvana, através de uma sonoridade mais crua e agressiva, voltava à sua origem. Kurt Cobain sentia-se incomodado com a alta exposição que ele vinha tendo na mídia, graças ao Nevermind, daí o "exagero" no modo de fazer as músicas para o álbum. A expectativa do público era colossal e, apesar do sucesso perante ao mundo da música, o sucessor do Nevermind não obteve o mesmo retorno. Objetivo cumprido, já que o Nirvana não visava o status de banda mainstream. Estava nítido em suas letras que mais soavam como desabafos. O álbum que, inicialmente, se chamaria 'I hate myself and I wanna die' (Eu me odeio e quero morrer) foi a carta de despedida de Kurt.

Faixas de destaque: Rape Me / Heart-Shaped Box


8º - Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)


Um som tenso, intenso e nervoso. Esse é o resumo do álbum homônimo do Rage Against the Machine. Os riffs marcantes e técnicos do guitarrista Tom Morello e o vocal agressivo de Zack de La Rocha foram o estopim necessário para fazer com que o álbum se tornasse um marco. A música era invocada e fluía agressiva e politizada, numa raiva espontânea exposta em um álbum com performances cheias de atitude e revolta. Sem dúvida é um dos álbuns mais pesados da história, ainda mais por tratar de questões incomuns no cenário musical da época. A mistura do Rock com o Rap foi o casamento perfeito para a banda.

Faixas de destaque: Killing in the Name / Know Your Enemy


7º - Ready To Die - Notorious BIG (1994)


Ready To Die foi o primeiro álbum do rapper Notorious BIG e logo na capa dele vemos um bebê, representando-o, com a frase "Pronto para Morrer" logo abaixo. A polêmica não se limita apenas à capa, ela transcende no seu conteúdo lírico. Nele, BIG meio que fez sua autobiografia, relatando seu passado envolvimento no mundo do crime. A habilidade do rapper em contar histórias é notável e ele fez isso de forma simples, num Rap fácil de entender e digerir. O flow de BIG é elogiável e a áurea ora sombria, ora suave do álbum culminou em consagrar de vez o rapper. As letras denotam os altos e baixos sofridos por BIG. Prova disso é o desfecho depressivo do álbum, ao qual na última faixa o rapper se suicida após um breve desabafo sobre sua frustração na vida ao qual ele vinha tendo.

Faixas de destaque: Ready To Die / Juicy


6º - Ten - Pearl Jam (1991)


Ao lado do Nevermind, do Nirvana, o álbum Ten (primeiro da banda) é o principal representante do movimento Grunge e, sem dúvidas, é um dos principais álbuns da década, quiçá do Rock em geral. Ten foi a entrada do Pearl Jam no cenário musical, o álbum explora a completa amplitude do Grunge, com letras compostas com uma estrutura severa, abordando temas depressivos como rompimentos amorosos, solidão e suicídio. A voz profunda e forte de Eddie Vedder é um dos destaques do disco. Sua entrega vocal lhe rendeu alguns "imitadores" posteriormente. Ao contrário do Nevermind, que teve suas raízes oriundas do Punk, o Ten teve raízes oriundas das músicas do início da década de 70, de bandas como Led Zeppelin e The Who. Lançado um mês antes do Nevermind, o álbum Ten também ajudou e muito para o crescimento do Grunge.

Faixas de destaque: Black / Jeremy


5º - The Chronic - Dr. Dre (1992)


Dr. Dre é bem mais conhecido como produtor do que como rapper, mas nesse álbum ele conseguiu com êxito juntar as duas vertentes do seu arsenal. Gravado após sua conturbada saída do grupo NWA, The Chronic (que teve participação de um novato Snoop Dogg) contém insultos ao seu ex-parceiro de rimas, Eazy-E. O diferencial não pára por aí: na época em que foi lançado, os conflitos raciais tomavam de assalto Los Angeles, devido a liberação de policiais brancos envolvidos no espancamento do cidadão negro Rodney King. As letras, que falam sobre a violência, o sexo e a vida na periferia, fez com que o "poder" voltasse à juventude negra dos guetos. Popularizou o chamado G-Funk, com sua produção inovadora e envolvente. E, além de afetar o Rap gradativamente, foi o álbum responsável por desbancar o Rock e o Pop das paradas de sucesso.

Faixas de destaque: Nuthin' but a 'G' Thang / Let Me Ride


4º - The Division Bell - Pink Floyd (1994)


Esse foi o último álbum do lendário grupo britânico, o Pink Floyd. Ao meu ver, o álbum é inferior aos outros clássicos do grupo (The Dark Side of the Moon, The Wall, Wish You Were Here e Animals), mas nem por isso deixa de ser genial, pelo contrário, só reforçou o status de deuses do Rock Progressivo da banda. A sonoridade soa soberba e perfeita e deve ser apreciada com calma, assim como em todos os outros álbuns do Pink Floyd. Nessa época, eles já não contavam mais com o baixista Roger Waters, que era um dos principais idealizadores de material da banda, mas nem por isso a qualidade na produção foi comprometida. O tema central do álbum é a comunicação (ou a falta dela) e o principal foco do álbum é mostrar que os principais conflitos na vida podem ser resolvidos através do diálogo. O Pink Floyd terminou sua rica história com um final feliz.

Faixas de destaque: High Hopes / A Great Day for Freedom


3º - All Eyez on Me - 2Pac (1996)


Primeiro álbum duplo do Rap, All Eyez on Me foi a cereja do bolo na carreira de 2Pac. Foi o último álbum lançado ainda em vida pelo rapper mais polêmico de todos os tempos. Lançado após sua saída da cadeia, havia uma grande expectativa em como esse álbum iria soar. As músicas, agora menos sociopolíticas, estavam bem diferentes das dos primeiros álbuns. Nelas, 2Pac expôs várias de suas personalidades: ora um gangsta, perigoso e hostil com seus desafetos; ora um ativista que poetizava sobre a rua. Em alguns momentos tinha um tom messiânico, como a de um líder que visava uma mudança benéfica nas ruas. Considerado por muitos (inclusive por mim) como o melhor álbum do gênero, All Eyez on Me foi a coroação de 2Pac no mundo do Rap. E seu reinado perdura mesmo depois de sua morte.



2º - Use Your Illusion - Guns N' Roses (1991)


Um álbum duplo que consagrou o Guns numa das maiores bandas do mundo. A banda alcançou o topo do mundo musical em um cenário onde bandas como Pearl Jam e Nirvana vinham em enorme crescimento. Enquanto o 'Appetite for Destruction' era puro Hard Rock, Use Your Illusion teve um pouco mais de country e blues, mas sem abandonar o Hard Rock que fez sucesso no primeiro álbum. Com suas baladas arrasadoras, Use Your Illusion foi lançado como uma arma nuclear e seu efeito foi tão devastador como uma. Os frontmans da banda estavam em ótima fase: Axl era enérgico e tinha uma voz inigualável, estridente porém agradável; e Slash, com suas cartolas, era talentoso ao quadrado, simples assim. Com composições ambiciosas, vemos a retratação de um Axl tendencioso e com uma natureza obsessiva. Axl estava no auge (pena que seu ego também).

Faixas de destaque: Estranged / November Rain


1º - Nevermind - Nirvana (1991)


A música em geral sofria um descenso criativo, o Guns N' Roses era a banda que vinha tendo a responsabilidade em salvar o Rock. Eis que surge, de forma despretensiosa, o álbum mais influente da década de 90. Nisso o primeiro lugar do Nevermind é garantido com folga. Ditou moda, estilo e força ao Grunge. Não só a música, mas toda a cultura pop foi influenciada. Rendeu uma alavancada meteórica ao Nirvana. O discurso do álbum se encaixava com o da geração da época, que vivia uma onda de tédio, fúria e confusão. Pôs o mundo musical do avesso, desbancou o poderoso Dangerous, de Michael Jackson, do topo das paradas. A personalidade obscura do álbum se unificava com a de seu vocalista, Kurt Cobain. Se Axl Rose era o rock star bonitão e bad boy do momento, Kurt surgiu como um contraponto, com seu jeito depressivo e melancólico. O single 'Smells Like Teen Spirit' transformou-se em um hino para a juventude da época e Kurt virou uma espécie de guru espiritual. O Nevermind foi para o Rock o que o efeito borboleta foi para a teoria do Caos.

Faixas de destaque: Smells Like Teen Spirit / Lithium





















Então esses são os 20 melhores álbuns, na minha opinião, dos anos 90. É óbvio que é impossível haver uma unanimidade quando se trata de listas, rankings, etc., por isso deixem seus comentários dizendo quais álbuns vocês acham que faltaram na lista. E até a próxima.


4 de julho de 2013

Top 20 Álbuns dos anos 90 - Parte 1 (20º ao 11º)

Dia desses estava relembrando alguns álbuns clássicos e vi em alguns sites que a maioria desses álbuns eram dos anos 60 e 70, basicamente. Vi também que nos comentários desses mesmos sites, haviam muitos saudosistas dessa época. O mais curioso é que muitos que elogiavam a música dessas décadas, aparentemente, nem eram nascidos nessa época. Inclusive eu, nascido nos anos 90. E, coincidentemente, a década menos lembrada era a dos anos 90. Mas será que os anos 90 foram tão 'pobres' assim em álbuns clássicos? Talvez em comparação com os anos 60 e 70 sim, mas a minha intenção com esse post é provar que a década de 90 também foi capaz de proporcionar grandes álbuns. Então resolvi criar um 'TOP 20 dos melhores álbuns dos anos 90'. Primeiro pensei em um Top 10, mas muito álbum bom ficou de fora, comprovando que os anos 90 foram aproveitáveis musicalmente. Só lembrando que são os melhores álbuns na minha opinião. Certamente algum grande álbum ficará de fora da lista, por isso comentem quais álbuns vocês acham que deveriam entrar nessa lista. Vamos lá!


20º - The Slim Shady LP - Eminem (1999)


Começando, temos o álbum que provavelmente deve ser o mais polêmico da lista. Repleto de apologias a tudo de errado, aqui temos a representação daquela que provavelmente seja a personalidade mais insana do mundo musical: Slim Shady. Mas analisando mais seriamente esse álbum, se é que é possível, vemos o Eminem rimar juntamente com sua outra personalidade (Slim Shady) sobre seus problemas pessoais, suas neuras e tristezas. E tudo com muito sarcasmo. A tradução desse álbum se resume a duas palavras: cômico e insano.

Faixas de destaque: My Name Is / Role Model


19º - Purple - Stone Temple Pilots (1994)


Purple foi lançado já no final da era grunge. Kurt Cobain, o guru do estilo, havia morrido a dois meses. Bandas como Soundgarden, Alice in Chains e Pearl Jam sentiram o impacto e quase ruíram. Mas mesmo assim, o Stone Temple Pilots ousou e lançou o álbum que melhor caracteriza a banda. É um dos álbuns mais diversificados do grunge, apesar de na época alguns críticos torcerem o nariz para o mesmo. Mas, sinceramente, alguém aí dá tanta bola assim para os críticos? Eu não.

Faixas de destaque: Big Empty / Silvergun Superman


18º - Doggstyle - Snoop Dogg (1993)


É bem certo que hoje o rapper Snoop Dogg é lembrado apenas pelas músicas que fez com Katy Perry, Miley Cyrus e outros desses artistas pops de hoje. Mas sim, Snoop Dogg já foi digno de fazer grandes álbuns quando ainda era um rapper de verdade, bem diferente de hoje. Doggstyle foi seu álbum de estreia e nele vimos a popularidade do G-Funk a todo vapor. É um álbum totalmente feito nos moldes de outro clássico do gênero, o The Chronic, de Dr. Dre, no qual Snoop deu sua carta de entrada no mundo da música. Bem verdade que o provável envolvimento do rapper em um caso de homicídio como cúmplice, ajudou a alavancar o sucesso do álbum, mas é inegável que independente disso, o álbum merece todo o reconhecimento.

Faixas de destaque: Gin and JuiceWho Am I?


17º - Dangerous - Michael Jackson (1991)


O último álbum de relevância do rei do pop, Dangerous foi arquitetado para ser o novo Thriller do astro. Falhou. Mas nem por isso podemos dizer que Dangerous ficou devendo, pelo contrário, aqui temos clássicos como: 'Black or White' (single mais bem sucedido da década); 'Jam', com seu fantástico clipe com os dois MJs (Jackson & Jordan); dentre outros. Nem preciso falar que os clipes custaram uma fortuna, basta olhar os seus convidados: Eddie Murphy, Michael Jordan, Magic Johnson, Macaulay Culkin e Naomi Campbell.

Faixas de destaque: Black or White / Jam


16º - Creepin on ah Come Up - Bone Thugs-N-Harmony (1994)


Donos de um estilo único no cenário musical, o Bone Thugs conquistou através desse EP o reconhecimento necessário para se tornar um supergrupo do rap. Composto por cinco amigos de Cleveland (muitos deles parentes), o grupo tem um fato curioso na sua história: quando ainda não eram famosos, eles ficaram sabendo que o rapper Eazy-E, já consagrado no gênero, foi fazer um show em Los Angeles. Eles prontamente foram até seu encontro atrás de um contato com o rapper, para que ele ouvisse algumas das suas demos. Não conseguiram. Logo depois, Eazy-E foi fazer shows em Cleveland e o Bone Thugs tentou outro contato. O resultado: Eazy-E se encantou tanto com eles, que fez questão de participar do EP do grupo. Enfim um mentor. Enfim sucesso.



15º - Metallica - Metallica (1991)


Popularmente conhecido como "Black Album", o álbum foi duramente criticado por alguns dos fãs mais fanáticos da banda, tendo em vista que o Metallica havia mudado aquele som que tanto o caracterizava, o trash metal com seus riffs acelerados e raivosos, além do vocal gutural. Isso só denota o quão importante é ter uma mente mais ampla para novas experiências. O Black Album apresenta um Metallica mais maduro musicalmente e, sem dúvida, alavancou ainda mais o status da banda.

Faixas de destaque: Enter Sandman / The Unforgiven



14º - Post - Björk (1995)


Um dos álbuns mais influentes da década, eu gosto de classificá-lo como um eletrônico experimental, que alterna deliciosamente entre o trip-hop e o dance. É impossível ouvir o álbum e não se apaixonar pela interpretação dessa islandesa. Chega a ser algo etéreo, puro, ao mesmo tempo que se apresenta de forma surreal. É uma experiência vanguardista e inesquecível. É uma viagem.

Faixas de destaque: Army of Me / Isobel



13º - Illmatic - Nas (1994)


Considerado por muitos como o álbum mais importante da década, nele podemos ver um garoto de apenas 20 anos fazer milagre com suas rimas multissilábicas. É uma obra-prima, ou melhor, um grafite, pra fazer jus ao estilo, digno de grandes exposições. O mais curioso do álbum é que, diferentemente dos outros rappers, Nas inteligentemente viu que ser o narrador de suas músicas era uma tática sábia. Foi o que ele fez: descarregou toda sua vida nas faixas, com belas letras e rimas bem elaboradas.

Faixas de destaque: NY State of Mind / One Time 4 Your Mind


12º - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) - Wu-Tang Clan (1993)


O Wu-Tang Clan é um dos grupos mais originais e criativos do rap. E a prova está no álbum de estúdio de estreia deles. Nele temos 9 rappers claramente influenciados por filmes de artes marciais (vide nome do grupo). Lançado em uma época em que os rappers da costa oeste americana (Dr. Dre e Snoop Dogg, principalmente) estavam dominando o cenário com sua levada G-Funk, o Wu-Tang pôs novamente a costa leste no mapa. O álbum tratava principalmente sobre a vida no gueto e a perspectiva do jovem suburbano, sob um ponto de vista reflexivo. É a dita filosofia das ruas. A produção por parte de RZA, um dos membros, também é algo a se destacar, com bases intimadoras e envolventes. Inteligente. Emblemático.

Faixas de destaque: C.R.E.A.M. / Can It Be All So Simple


11º - The Don Killuminati: The 7 Day Theory - 2Pac (1996)


Este foi o 5º e último álbum de 2Pac, finalizado antes da sua morte (o primeiro de muitos póstumos). Infelizmente 2Pac não sobreviveu a tempo de ver seu álbum ser lançado. O rapper que vinha vendendo mais discos do que água, devido ao seu polêmico estilo de vida, teria ficado surpreso ao ver a quantidade de teorias da conspiração que surgiram com o lançamento deste álbum. Deste sobre os autores da sua morte (2Pac foi assassinado e até hoje não se sabe quem foram seus assassinos), até supostas teorias de que 2Pac teria forjado sua própria morte. A começar pela sua nova alcunha, 'Makaveli', em referência ao italiano Machiavelli, autor do livro 'O Princípe'. Parafraseando-o melhor, Machiavelli dizia que era necessário forjar sua própria morte para poder voltar triunfante sobre seus inimigos. E como 2Pac alfinetou seus inimigos nos seus últimos álbuns, nesse não seria diferente.

Faixas de destaque: Hail Mary / Hold Ya Head





















E então, concordam com a lista? Quem vocês acham que ainda está faltando nesta lista? Não se esquecendo, é claro, que essa é apenas a primeira parte. Em breve será postada a segunda (e última) parte do meu 'Top 20 melhores álbuns dos anos 90'. Até lá.

------------------------

* Parte 2 (10º ao 1º)


29 de junho de 2013

Friendzone - Você ainda será parte de uma

Quem nunca ouviu falar na temida "Friendzone"? Ou melhor (ou pior), quem nunca fez parte de uma?

Num resumo mais básico da coisa, friendzone é quando você está muito idiota a fim de uma garota, mas a mesma diz que entre vocês dois o que rola é só a mais pura A.M.I.Z.A.D.E.

Tá, é um assunto engraçado e tal, mas só até você não estar na mesma situação. É a coisa mais triste do mundo. Tudo fica cinza para o apaixonado solitário, sua mente é um dia nublado, sem graça e desmotivacional.
Sim, eu já estive em uma e não quero falar sobre. É sério, é muito triste até de relembrar.



É um fato comum de que as maiores 'vítimas' desta zona são os homens. Não sei por que, mas os homens têm uma mania de se apaixonar pelas amigas que vou te falar, viu. Um martírio incalculável.
Talvez a explicação pra isso seja a de que o homem, no decorrer da sua vida, faça tão poucas amizades verdadeiras com mulheres, que logo ele se apaixona por elas.
Normalmente não vemos defeitos nos amigos, logo, aquela garota que todo dia dá risada das suas piadas toscas, que gosta dos mesmos filmes que você, etc., se torna a garota mais incrível do mundo. Você tem certeza que ela é desprovida de defeitos e será uma ótima progenitora dos seus filhos. Pena que ela não acha o mesmo.

Mas o diferencial da friendzone para outras ilusões amorosas que muitos teimam em não ver, é a de que a frustração pela inexistência de um sentimento recíproco do best friend, tem seus pontos positivos. Como, por exemplo, a maturidade que será adquirida, a razão que agora falará mais do que a emoção, a recuperação perante a frustração, a experiência adquirida e todas essas bobagens de auto-ajuda que vocês estão cansados de saber. Na friendzone, estes aspectos serão adquiridos em dobro.

Então, se você que está lendo estiver passando por essa situação, não vai sair por aí cortando os pulsos, atravessar a rua olhando só pra um lado, tomar leite com manga ou loucuras desse naipe.
Fique triste, é um direito seu que até faz bem. Vai escutar um grunge ou um pós-punk bem melancólico. Mas encarregue-se de não ficar tempo o suficiente nessa fossa a ponto de você mesmo sentir pena de você. Deixa o orgulho falar mais alto e, mesmo se você ainda não estiver recuperado, passe a impressão de que está tudo bem. Engane a si mesmo. No fim você supera, pode confiar.


23 de junho de 2013

O Misticismo por trás de The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon


Eu sempre me perguntava o que The Dark Side of the Moon tinha de tão especial, o por quê de tanta reverência por parte da crítica. A verdade é que é sempre complexo de se fazer uma análise sobre uma obra de tal magnitude, ainda mais quando se trata de um dos álbuns mais enigmáticos de todos os tempos, senão o mais enigmático.

"Dark Side..." foi o oitavo álbum de estúdio da banda britânica Pink Floyd. Uma banda que por si só, carrega toda uma áurea de misticismo, psicodelia e lisergia. E foi neste álbum onde Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright evidenciaram todas essas características.

Extraindo tudo do álbum, uma análise mais profunda inicia-se pela arte da capa.



A arte da capa consiste em um prisma recebendo um feixe de luz branco, que logo após é convertido em um arco-íris. Tal explicação para essa ilustração pode ser compreendida como uma evolução de espírito do ser humano, ou seja, um ser monocromático que evolui a uma expansão de cores. Mas tal explicação estaria muito simples, visto que os idealizadores da mensagem é o Pink Floyd. É de conhecimento de todos que a ascendência de algo é retratado da esquerda para direita e de baixo para cima, o sentido contrário refere-se a decadência. E ao observar a capa do álbum vimos que o Pink Floyd vai na contramão desse padrão. Isso porque enquanto o primeiro feixe de luz segue na direção crescente da evolução (de baixo para cima), o feixe colorido sofre uma queda, como em um gráfico, por exemplo. Uma das músicas do álbum, chamada "Any Colour You Like", retrata bem a mensagem: qualquer que seja a cor que você escolher, não importa qual a ideologia, enfim, todo o caminho do ser humano, por determinados pontos de vista, será sempre algo decadente.
E é o que vimos nas outras canções do álbum: uma amostra da angústia humana, da solidão, do envelhecimento, morte, dinheiro, ou seja, tudo parte da decadência moral do homem.

O álbum foi fortemente inspirado em um ex-membro da banda, Syd Barret, que deixou o grupo em 1968, devido a sua fragilidade mental, causada pelo exagero do uso de drogas, principalmente LSD. Barrett era o principal idealizador musical da banda, foi ele quem compôs os primeiros singles do grupo, ajudando no som progressivo e psicodélico que os cercavam. Barrett, acima de tudo, foi um sujeito incapaz de se acostumar com a sociedade e com outros fatores da mesma, e o resultado dessa incapacidade foi sua decadência.
Talvez daí venha a explicação do título do álbum. "O lado escuro da lua" nada mais é do que uma analogia a máscara carregada por todo ser humano. Todos têm um lado escuro dentro de si, uma espécie de loucura retraída que não é vista pelas outras pessoas.

Syd Barrett



As músicas de The Dark Side of the Moon



O álbum é composto por 10 canções, sendo que três delas são instrumentais.
Uma particularidade dessas músicas são suas excentricidades sonoras. A evolução musical por trás de cada canção nos mostra que, na época da elaboração de todo material do álbum, foi nitidamente explorado todo o potencial dos aparelhos da época. Vale destacar também que o álbum foi produzido pelo estúdio da Abbey Road (aquele mesmo dos Beatles), talvez por isso tenha se tornado possível o som exótico de cada canção, tendo em vista que a Abbey Road tinha o que o mercado poderia oferecer de melhor quanto a aparelhos estéreos de alta fidelidade da época.

A primeira canção do álbum é intitulada de "Speak To Me", e em algumas versões é unificada com a segunda canção, "Breathe", ressaltando que uma das particularidades desse álbum é que justamente em todas as canções não há uma quebra clara de sintonia, ou seja, de certo modo, elas são unificadas, interligadas, é como se todo o álbum fosse composto de uma única canção, de uma gigantesca canção.
Mas, continuando, em "Speak To Me/Breathe", na parte referente a "Speak To Me", temos o primeiro instrumental, mas nem por isso deixa de ter uma mensagem. Nela estão contidos variados sons, que vão deste vozes, batimentos cardíacos, caixas registradoras, finalizando com um grito angustiante. "Speak To Me" retrata a influência que o mundo exerce na mente das pessoas. Logo em seguida, começa "Breathe", e a mensagem da música é essa mesmo: Respire! A sua única escolha é viver e fazer parte de um sistema que no final irá te jogar em uma sepultura precoce. Um trecho a se destacar da canção:

"Por mais que você viva e voe alto
E os sorrisos que você vai dar e as lágrimas que vai chorar
E tudo que você toca e tudo que você vê
É tudo que sua vida sempre será"

Membros da banda reunidos nos estúdios da Abbey Road


Logo em seguida, inicia-se o segundo instrumental do álbum: "On The Run". Aqui vimos do que o Pink Floyd é capaz. A maestria como foi utilizado os sintetizadores e os sequenciadores é única, nos dando ideia de uma cena de fuga de tudo aquilo que foi mostrado anteriormente em "Breathe", essa percepção de movimento se dá graças a alguns ruídos que foram filtrados dentro da música.

Depois vem "Time", que particularmente é uma música que emotiva bastante. É bastante famosa pelo barulho de vários relógios no início da música, retratando o tempo que insiste em passar de forma acelerada. A letra tem um tom melancólico ao mostrar a inquietante angústia sofrida por aqueles que presenciam o passar do tempo até a morte. Há um trecho da música que faz uma metáfora da ganância do homem em alcançar o sol, mas com o mesmo dando a volta pela Terra e o atingindo pelas costas. E a cada dia que se passa, mais o homem vai ficando sem fôlego para alcançar o sol, que por outro lado continua o mesmo sempre. Eis o trecho citado:

"E você corre e corre para estar junto ao sol, mas ele está se pondo
E gira ao redor para vir atrás de você novamente.
O sol é o mesmo de uma forma relativa, mas você está mais velho
Com menos fôlego e um dia mais próximo da morte."

Dando uma pausa na análise das canções, vimos que o tema dessas primeiras canções é direcionado ao tempo. Continuando a análise, agora entramos na canção com uma temática mais espiritual, "The Great Gig in the Sky".
A canção inicia com o depoimento do tecladista, Richard Wright, sobre o descaso com o fato de que um dia, todos iremos morrer: "Por que estaria com medo de morrer? Não há razão para isso, você tem que ir algum dia". A canção continua com uma atuação primorosa da cantora convidada Clare Torry, onde testemunhamos um belíssimo vocal de apoio. Clare Torry parece ter focalizado para sua voz todo o temor da morte que circunda o ser humano. Seus gritos parecem metaforizar um evento religioso que tenta de todas as maneiras encontrar a resposta para o destino do homem após a morte.

Clare Torry

"Money" é a canção que inicia o "lado B" do álbum. "Money" foi um dos maiores hits do álbum. Aqui começa-se a temática do capitalismo, outro fator que assola a mente humana, contribuindo para a sua loucura. Resumindo, a letra mostra em um tom irônico que você precisa de dinheiro para ser sociável. Mas caso você não tenha dinheiro, peça um aumento, mas saiba que não terá. A alegação: o dinheiro é a raiz de todo o mal. Trecho de destaque da música:

"Dinheiro, é um crime.
Divida-o de modo justo mas não pegue um pedaço da minha torta."

"Us And Them" é uma das músicas mais difíceis do álbum de se saber o que realmente o Pink Floyd estava querendo dizer. Talvez uma pequena história narrada sobre homens comuns por essência, mas que devido ao poder que cada um possui, há divergências quanto a importância de cada um na sociedade. Opressores e oprimidos, por assim dizer.
Os opressores dão as palavras de ordens para que os oprimidos as sigam. Aquele que não seguir tais palavras, é ignorado e abatido por um tiro certeiro da sociedade. A mensagem que fica no fim é a de que devemos morrer de uma forma mais inteligente, ou seja, sem essa submissão imposta pela sociedade em decorrência do capitalismo.



"Any Colour You Like" é o último instrumental do álbum. Como já dito anteriormente, ela retrata que não importa a cor que você escolha, você não tem muitas opções, a não ser aquelas impostas a você. Muito da arte do álbum pode ser explicada através desse instrumental.

Nas duas últimas músicas do álbum, temos aquelas que se encaixam perfeitamente nas condições de Syd Barrett, considerado por muitos como o maior lunático de todos os tempos.

Primeiro temos "Brain Damage" (Danos Cerebrais). Aqui vemos que o homem está sujeito a dominação, ao poder da influência que derruba a condição moral e mental do ser humano. Em um trecho da música, há questionamentos como no caso de uma represa ceder e não haver um lugar no alto da montanha para se salvar, ou seja, e se sua mente não aguentar a pressão? E se a loucura for inevitável? Neste caso, se sua cabeça não aguentar mais, saiba que do lado escuro da lua haverá outros lunáticos a lhe observar e a lhe compreender.
É como se Roger Waters, o compositor de "Brain Damage", quisesse dizer que ele entende que todos temos impulsos e sentimentos ruins, porque ele também os têm. E essa é a maneira de haver uma comunicação entre esses lunáticos, compartilhando da mesma dor. Waters tenta nos dizer que o lado escuro da nossa personalidade nos influencia de tal forma que nos impedem de conquistar o melhor que a vida pode nos oferecer.

Trecho da música:
"E se a represa quebrar depois de algum tempo
E se não houver nenhum espaço em cima da colina
E se sua cabeça também explodir com mau presságio
Eu te verei no lado escuro da lua."

E, por fim, temos "Eclipse", o 'gran finale' do álbum. A mensagem aqui é clara: Apesar de tudo parecer estar em uma perfeita harmonia, harmonia essa representada pelo sol, ela pode ser interrompida pela lua, que trará uma escuridão antes não imaginada. Um eclipse. A música é composta por arranjos inquietantes e angustiantes. Um trecho da música diz o seguinte:

"E tudo sob o sol está em perfeita sintonia
Mas o sol esta coberto pela lua."



Nitidamente feito a todo gênio incompreendido, The Dark Side of the Moon foi um divisor de águas na indústria fonográfica, tanto pelo seu modo único e inigualável de produção de som, desde o modo como foi abordado temas tão desafiadores ao homem, como tempo, morte, religião, capitalismo, paranoias e angústias. Trata-se de um álbum conceitual e espiritual que extrai o convívio social do homem e da influência sofrida por ele.
Então, após essa análise, volta a ser feita aquela velha pegunta: O que The Dark Side of the Moon tem de tão especial? O por quê de tanto misticismo? A resposta é simples: O Pink Floyd soube resumir os sentimentos de toda uma juventude através da sensibilidade. No difícil processo de criação dos efeitos sonoros e na criatividade na composição das canções, o Pink Floyd soube trazer com louvor a complexidade do ser humano através de um complexo álbum, que é tão difícil de decifrar assim como o próprio homem.
A loucura do homem é uma consequência lógica de seus atos e modo incompreensível de viver, vide Syd Barrett.
A história do álbum é mística e se correlaciona com o da própria banda.
Sem dúvidas, é a maior obra do Rock Progressivo de todos os tempos.
Pra finalizar a análise, deixo um trecho de uma das canções do álbum:

"Você é jovem, a vida é longa e ainda há tempo para matar o hoje."